Um campo de várzea expressa, ao mesmo tempo, dois processos. O primeiro é o descaso do poder público em oferecer equipamentos de lazer, com estrutura completa, para as pessoas mais pobres, especialmente jovens e crianças. O segundo é a resistência, já que a presença do campo de várzea indica resistência diante das poucas opções da lazer nas cidades. Esse campo, que será desafetado pelo PL-50, localizado na divisa entre o Parque Atheneu e o Brisas do Cerrado, abriga, ao final da tarde, dezenas de crianças e jovens a alegrar suas tardes. Foi Edvan, migrante do Maranhão, que o construiu, nas horas vagas. É o prefeito e os vereadores que vão destruí-lo, para adensar a região que tem poucas opções de lazer – certamente, nosso prefeito, nunca brincou em um campo de varzea. Nunca levou para casa, nos seus pés, um pouco do latossolo vermelho do cerrado. Necrópole é covarde com os mais fracos e submissa diante dos poderosos.
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