Seu Euclides é um homem simples. Construiu, com recursos da aposentadoria, uma pequena Praça em uma área pública municipal de Goiânia. Ele sabe, diferente do prefeito e dos vereadores, que o bairro carece de espaços públicos para crianças, jovens e, especialmente, idosos. A pequena Praça não tem custo algum para a prefeitura, já que a própria comunidade é responsável por sua manutenção. Isso, na verdade, foi o que incomodou a necrópole que ojeriza qualquer tipo de afeto ao espaço público. Lembrei de Ítalo Calvino: “Na praça, há o murinho dos velhos que vêem a juventude passar; ele esta sentado ao lado deles. Os desejos agora são recordações”. Necrópole é covarde com os idosos, pois acredita que é perene.
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