OBITUÁRIO 07 – Convenções (REDE) – Os insossos herdarão a terra… só que não…
Depois de subornos e alguns regalos, nosso correspondente, enfim, conseguiu acesso, antecipado, a convenção reservada, apenas, para “os filiados em dia com suas obrigações estatutárias”. Sentiu-se, o nosso correspondente, como se estivesse no filme de Kubrick, De olhos bem fechados, protagonizado por Tom Cruise e Nicole Kidman. Mas sem aquela suruba, infelizmente! Ser convidado para uma convenção dessas é como dividir a refeição com o primo chato internado na enfermaria de um hospital público. Não foi, propriamente, uma convenção política. A gramática até lembra aquela do PSOL. É Carta. É Rede. É Elo. É Porta Voz disso e Porta Voz daquilo. Mas Necrópole sabe que o novo jargão camufla, sobretudo, a arrogância. Sabe que a estética, pretende, mesmo, é encobrir seu nebuloso passado. A REDE joga na direita, na esquerda, no centro, no canto. É como o sujeito neoliberal. Isso agrada, muito, Necrópole. Tentando impressionar, dividiu a bancada na votação da Reforma da Previdência. Bajulou o mercado financeiro e, com isso, ganhou pontos com Necrópole. O que importa se trabalhadores perderão a aposentadoria? O relevante, mesmo, é o verniz da sustentabilidade. A REDE é uma espécie de ornitorrinco político. É um erro evolutivo da esquerda, uma aposta errada da socialdemocraia e uma derrapada do neoliberalismo. Bem nesse espírito, lançou uma mulher como candidata para o Governo Necropolitano. Dizem – anunciam como fator original, que é uma debutante! Dizem, com galhardia, que não é política! Dizem, como que fizesse diferença, que é arquiteta e, portanto, entende de obras. Vamos, como Jack, por partes! Ninguém na história fez e FARÁ tantas obras para o povo pobre quanto o nosso Augusto Prefeito. A debutante, não negamos, entente de obras. Obras para gente rica, para barões, para frequentadores do decadente Country Clube, para professores universitários abastados que floreiam suas estantes com títulos de pós-doutoramento. Não para gente pobre, humilde, que, tal qual nosso Augusto Prefeito, ergue as paredes de casa com as próprias mãos – de 99,68% da população, conforme pesquisa do DataArcNecropole, não tem renda para contratar uma arquiteta requintada. Em visita ao Jardim do Cerrado, confidenciou nosso espião, falou sem parar em Design Thinking, Design Sustentável, Design Sensorial, Estilo Hipster, Minimalismo… Julga que conhece, como nosso Augusto Prefeito, a linguagem do povo. Não é política! Balela para ludibriar o trabalhador pobre da periferia. A pseudo debutante ocupa-se, diariamente, nos Jornais e Rádios Esquerdistas, com ladainhas sociológicas contra o Plano Diretor e o desenvolvimento de nossa Amada Necropole. Esta escrito no Primitivo Livro Liberal: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”. Os mansos, mas não os insossos. Necrópole não teme megafones.
Ave Necropole, morituri te salutant