Obituário 12 – Política. O PSOL de Pedro Bó não respeita mais Pantaleão
Necrópole sempre admirou o professor Pantaleão. Sempre foi, como recorda nosso Augusto Prefeito, um adversário honrado, corajoso, estudioso. O PSOL, aquele partido do Lugar de Fala, da Tropicália, da Diversidade, do Jargão Pós-Moderno, do Ecletismo e do Esoterismo, do (da) Mandata e da Gramática Pós-Expressionista, não aceitou que o professor Pantaleão, como relata nosso correspondente não remunerado, postulasse uma pré-candidatura a prefeitura de Necrópole. Escondidos no auditório, com sorrisos discretos, cochichavam: Ele está velho demais para a política! Precisamos de renovação! Tolos. Ingênuos. Pantaleão é, pelo menos, 40 anos mais novo que nosso Augusto Prefeito que chegará, no final do ano, ao centésimo terceiro aniversário com energia de dar inveja jovens do PSOL. A diferença entre o MDN (Movimento Democrático Necropolitano) e o PSOL é que reverenciamos a velhice, cultuamos a experiência. Necrópole tentou, ainda ontem, convidá-lo para compor a chapa com nosso Augusto Prefeito. O velho Panta tem princípios. Pedro Bó, por imbecilidade, ingenuidade ou oportunismo, parece não mais respeitar Pantaleão. Tertuliana, aproveita a agulha e costura a boca de Pedro Bó!
Em homenagem sincera ao Panta, deixamos essa música:
A coisa mais moderna
Que existe nessa vida é envelhecer
A barba vai descendo
E os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer
Os filhos vão crescendo
E o tempo vai dizendo que agora é pra valer
Os outros vão morrendo
E a gente aprendendo a esquecer
Não quero morrer, pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qual é
E dizer venha pro que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece a pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero pôr Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
Pois ser eternamente adolescente
Nada é mais demodé
Com os ralos fios de cabelo
Sobre a testa que não para de crescer
Não sei porque essa gente
Vira a cara pro presente e esquece de aprender
Que felizmente ou infelizmente
Sempre o tempo vai correr
Não quero morrer, pois quero ver
Como será que deve ser envelhecer
Eu quero é viver pra ver qual é
E dizer venha pra o que vai acontecer
Eu quero que o tapete voe
No meio da sala de estar
Eu quero que a panela de pressão pressione
E que a pia comece pingar
Eu quero que a sirene soe
E me faça levantar do sofá
Eu quero por Rita Pavone
No ringtone do meu celular
Eu quero estar no meio do ciclone
Pra poder aproveitar
E quando eu esquecer meu próprio nome
Que me chamem de velho gagá
Compositores: Marcelo Jeneci Da Silva / Arnaldo Antunes / Ortinho