Obituário 17 – (Convenções) PT – será, um bom sinal, não ser convidado para o swing político?
O assinante, com razão, reclamou, afinal, parte do nosso orçamente provem de doações. Até parece que, por esquecer o PT, Necrópole não o apoia. Nada mais distante. O PT é nosso filho bastardo. Temos, sim, gratidão, amor fraterno, cumplicidade que o PC do B, primo invejoso, jamais compreenderá. O último suspiro político do PT, lembrem-se, resultou da caridade de nosso Augusto Prefeito. Direto do nosso Arquivo Necropolitano. O PT governou entre 2001 e 2004, seguido por nosso Augusto Prefeito entre 2005 e 2010. Muitos dos quadros formativos do PT, isso é segredo de Estado, foram acomodados, em silêncio, em cargos de segundo escalão. Alguns persistem, lá, até hoje. Depois disso, novamente, ocorre o troca-troca de parceiros e o PT assume, como vice passivo, no dia mentira, o Paço Necropolitano. Depois disso, novamente, nosso Augusto Prefeito toma as rédeas do poder. Reconhecemos, pelo dever da justiça, que o PT fez muito por Necrópole. Foi o partido mais privatista da história necropolitana. Sua base eleitoral, formada por lideranças sindicais cristalizadas no poder e intelectuais pentecostais assentados no ensino superior e ocupados em denunciar as mazelas do capitalismo selvagem, foi erodida nas últimas gestões. O último suspiro será a live de hoje. Tentativa, sempre por cima, de reconciliação. O PT, lembrem-se, não tem um vereador na Câmara Necropolitana. A argamassa do lulupetismo não conseguirá, no agora árido chão vermelho, sustentar sua desmedida ambição. O álibi do PT é o de sempre. O erro, sempre, resulta da pressão das tendências minoritárias. O acerto, invariavelmente, é produto do pragmatismo da casta superior. Assim justificaram o apoio de Lula a Sarney, em detrimento de Dino. Necrópole nunca gostou daquele comunista! Necrópole até reconhece que existem bons operários no partido. Gente que, alimentado pelas promessas de ascensão social e participação ativa no swing político, carregavam (passado!) bandeiras na Praça Necropolitana. O PT é conhecido pela traição dos interesses populares. A primeira reforma da previdência, povo sem memória, foi presente do PT. Os teóricos necropolitanos, até hoje, não conseguiram definir se seu populismo é de direita, de esquerda ou de centro ou se é, apenas, populismo neoliberal. O ecletismo é a marca da covardia! O funcionalismo público bem sabe disso! Transpôs o conceito de elasticidade, da economia neoclássica, para a administração pública. Quem não se lembra! A companheira que, ontem, administrava a Comurg, anteontem, administrava a Secretaria de Educação. Desejou retalhar o Setor Sul, bairro histórico. Ameaçou, com poder de polícia, por apropriação do espaço público, os infelizes que urbanizaram uma APM (Área Pública Municipal) no Humaitá. Necrópole, naquele momento, teve, por dois motivos, orgasmos múltiplos. Primeiro, porque atendeu a demanda dos empreendedores imobiliários, afinal, pobres não precisam de praças! Segundo, porque intimidou, por um momento, aquele professor filho da puta que, diariamente, incomodava, com artigos de opinião no jornal comunista (um jornal que guarda o nome de O Popular só pode ser comunista), a administração Necropolitana. Esse professor, também amigo da Noviça Rebelde, segundo as más línguas, nunca foi convidado para o swing petista. Inveja pura! Mantem-se, até hoje, casto.
Obs.:
De certo modo, Necrópole deve sua existência ao PT. Nosso Diário surgiu no contexto da ampla campanha de desafetação de áreas públicas promovida pelo governo petista. Necrópole tentou de tudo para demonstrar que a administração da cidade corria riscos com esse tipo de política. Não deram ouvidos. Tentaram reprimir os movimentos sociais na região norte que urbanizaram, em uma manhã de domingo, a APM do Humaita.